quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Culto Luterano

Lutero desejava retornar a simplicidade do culto cristão primitivo, mas era conservador mantendo a tradição e seus significados, permanecendo com o que não era especificamente condenado nas Escrituras. Na Formula Missae ele negou o desejo de obrigar os Cristãos de aceitá-la, sendo uma alternativa.

Teoricamente Lutero permitiu a escolha de aceitar ou rejeitar suas reformas litúrgicas para os cristãos das igrejas locais, mas na prática a decisão foi deixada ao bispo.

A liturgia é rica no uso de ações simbólicas e vestimentas em rituais e cerimônias (talvez no período levítico e em partes da história tenha seu sentido, mas nos dias atuais virou rotina, costume, tradição).

Lutero cedeu a um “luteranismo popular”, influenciado pela nobreza que apoiou Lutero contra o Catolicismo, em bases duvidosas. Mudou ao desejar uniformidade tanto no uso das vestimentas eclesiásticas como nas formas de liturgia. O que era opcional, se tornou obrigatório. Parece que o modelo prussiano é superior ao cristianismo primitivo simples e direto, sem ritos.

Lutero foi guiado não por seus princípios, mas pelos fatos. A atitude de Lutero com a reforma litúrgica foi fundamentada em bases teológicas e parcialmente determinada pelas conveniências.

O culto luterano tende a se tornar expressão da experiência que a Palavra gera (alguém grato pelo perdão misericordioso de Deus), composto de dois elementos: descendente de Deus em direção ao homem e ascendente do homem até Deus.

O culto deve ser celebrado na perspectiva do contexto cultural em que vivemos, combatendo a ênfase emocional e bem-estar imediato, evitando uma experiência religiosa a um encontro com Deus anunciado pela proclamação da palavra e revelado no entendimento humano.

Lembro o pietismo que enfatiza a piedade pessoal, despreza o uso das artes no culto e esvazia o conteúdo da liturgia histórica. enfatizou a oração espontânea, hinos com conteúdo mais emocional em lugar dos hinos tradicionais doutrinários.

A liturgia pode ser utilizada de vez em quando como sinal para facilitar a comunicação. Em virtude do pecado, aconselho o uso não contínuo da mesma, para não virar rotina, tediosa e mecânica. A repetição como modelo pedagógico não gera atitude, antes enfado e desprezo.

A liberdade e a criatividade para enfatizar a diversidade dentro da unidade cristã na autonomia da comunidade local, supervisionada pelo Sínodo para evitar excessos e problemas doutrinários.

A busca por cura, milagre não é um fim em si mesmo. Jesus usou sinais para validar sua palavra.

A emoção deve ser acompanhada pela razão em equilíbrio. Devemos ponderar os extremos tradicionais e carismáticos e encontrar uma solução. A liturgia ou ordem de culto deve instruir na fé, esclarecendo verdades centrais do Evangelho. O cerimonial/ritual deve ser evitado, bem como experiências místicas.

Novos hinos e cânticos podem ser inseridos no culto, estimulando a criatividade local. Pode haver variação no acompanhamento musical por instrumentos, mas o louvor comunitário deve ser incentivado.

O culto contemporâneo tem espaço nas congregações. Variedade de liturgias não precisam comprometer a unidade da igreja. Não podemos esquecer nossa herança litúrgica com seu conteúdo. A linguagem e estilos musicais devem ser contextualizados. A mensagem da Palavra tem que ser entendida. O culto precisa ser alegre e dinâmico apontando para Cristo.